19/04/2013

Numerologia alvinegra

Aloísio Birruma
"Se deu certo até agora, por que vamos mudar as camisas para a final?" - Frase atribuída a Aloísio Birruma, roupeiro do Botafogo na final do estadual de 1962, obrigando os jogadores a vestirem uma camisa de manga comprida em pleno verão carioca. Placar final do jogo: Botafogo 3 a 0.

Eu levava uma camisa do Botafogo, que ganhei quando criança, para alguns jogos. Se não me engano, a camisa era de 93 - não tenho certeza. Passei a reparar que, quando levava a camisa, o Botafogo não perdia. Passei a levar a alguns jogos seguidos, até que... o time perdeu. Normal. Procurei outros amuletos. Me liguei que o Matheus, meu irmão que escreve o blog comigo, nunca tinha visto o Botafogo perder no estádio. Foi comigo algumas vezes e a escrita se manteve. Até que um dia ele foi e... o time perdeu. Fui mudando. Passei a ir sempre no mesmo setor, usar a mesma camisa, mesmo tênis,... Certo dia desisti. Hoje, minha superstição é não ter nenhuma. Li uma frase, que não lembro qual botafoguense ilustre a proferiu, que diz: "minha única superstição é torcer pelo Botafogo". Acho que é mais ou menos isso, já que em nenhuma outra área de minha vida sou assim.

Mas ele escolheu a 38
Escrevi tudo isso para chegar ao curioso fato da (re)mudança no número da camisa de nosso atacante Bruno Mendes. Pode não significar nada a alteração de uma camisa de manga comprida por uma de manga curta - ou do número 38 para o 7 e de volta para o 38, como aconteceu com Bruno Mendes. Porém, no Botafogo cada detalhe - como a mudança de um número de camisa - é observado por um outro aspecto. Deve ser a herança dos Birrumas, Carlitos, e outras peças folclóricas de nossa história. O fato é que todo torcedor do glorioso leva algum 'amuleto'. Pode ser uma mania, uma peça de roupa, um objeto, uma rotina... Se o atacante do time voltar à boa fase ao retornar ao seu número 'original' vai contribuir para esse folclore.

A camisa amuleto
Porém, mais um jogo se passou e nada de gol, mesmo com o 'número da sorte'. Pode não significar nada ser o 7 ou o 38. No Botafogo, o 7 carrega história e peso: Garrincha, Jairzinho, Maurício e Túlio, para citar alguns. De repente, vestir a 7 estava pesando no psicológico e no espiritual do futebol (apenas promissor) de Bruno Mendes. Pode ser a camisa. Ou pode ser que ele realmente nunca foi tudo aquilo que parecia. Só o tempo irá dizer. O certo é que, de alguma maneira, ele já 'se contaminou' pelo botafoguismo.

Botafogo ontem, hoje e sempre! - 'D.V.'

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