30/04/2013

Todos os títulos de Heleno

Vi essa postagem no blog Aliança Alvinegra e achei muito bom! Peguei emprestado para que possam ler. Segue o texto abaixo.
"Quando os créditos de Heleno começaram a subir, me afundei na poltrona da sala com vergonha por ter demorado tanto tempo para assisti-lo. Na época, não assisti talvez influenciado pela crítica, que o taxou como um filme comum. Mas ao ver a capa em trajes alvinegros, a única de pé (e cheia de si) na estante da locadora, não resisti. E só agora, que vergonha, me dei conta de que não poderia ter ouvido a crítica pelo simples fato de que ela não olha para o filme com os mesmos olhos apaixonados que eu ou você. Para nós, Heleno é um filmaço e o personagem principal merece o Oscar de Melhor Botafoguense.
'Não é o Botafogo, é a sua vida' – diz o médico em dado momento do filme, alertando Heleno para a necessidade de se tratar da sífilis. No que ele responde: 'Doutor, minha vida é o Botafogo'.

E Heleno realmente viveu o Botafogo. Entrava em campo com a faca nos dentes, rejeitava o bicho por empate, quis jogar de graça. Talvez tenha sido o primeiro louco de amor pelo Botafogo. E Heleno viveu tanto dessa loucura que também morreu por ela.

No domingo que vem, o Glorioso entra em campo para disputar mais um título. E, como muitos adoram lembrar, Heleno nunca foi campeão pelo Botafogo. Pobres cegos. Não enxergam que toda vez que o Botafogo é campeão, são as mãos de Heleno que erguem a taça. Não veem que, em qualquer final, o Botafogo entra em campo com onze Helenos. Onze que, assim como ele, repetem: Eu não sou jogador de futebol. Sou jogador do Botafogo." - Aliança Alvinegra

Botafogo ontem, hoje e sempre! - 'D.V.'

29/04/2013

Sem emoção

O Sr. sabe lá o que é um choro de Pixinguinha? O Sr. sabe lá o que é ter uma jabuticabeira no quintal? O Sr. sabe lá o que é torcer pelo Botafogo?” - Vinícius de Moraes

Onde estão os adversário até agora?
Torcer pelo Botafogo envolve intensas descargas de adrenalina e nível de tensão quase sempre no máximo. Invariavelmente é assim. Em 2013, estou ficando até perdido com jogos 'sem emoção'. Nem parece o Botafogo de anos anteriores, quando - até contra time pequenos - sofria para impor sua superioridade. Tudo bem que tivemos jogos marcantes e muito (in)tensos, como a semifinal e final da Taça Guanabara, e alguns momentos do jogo de volta contra o Sobradinho. Mas, de maneira geral, o time está sabendo se impor esse ano.

Por isso, a minha preocupação não era com o Resende. A minha preocupação era com uma suposta acomodação na vantagem. Esse elenco, porém, tem demonstrado em momentos decisivos maturidade e vontade de vencer. Vamos enfrentar o adversário mais difícil do campeonato até agora, o time mais colorido do Rio de Janeiro. Será uma chance de dar o troco pela derrota do ano passado, mas sem um sentimento de revanchismo, isso pode atrapalhar. Antes ainda temos um importante confronto na quinta feira em Alagoas pela Copa do Brasil - que deve ser nosso principal objetivo no ano.

A cara do Botafogo 2013:
bom futebol, alegria e vontade de vencer.
Voltando ao jogo do Resende. Uma mão define bem o que foi o jogo. Uma mão cheia de gols que nos deixou com uma mão na taça. Os três primeiros gols saíram com naturalidade, sem ansiedade ou desespero desnecessário. A zaga do Resende parecia perdida, muito devido à movimentação de ataque e técnica dos nossos jogadores de frente. Depois disso, o time diminuiu o ritmo, mas sem perder a vontade de fazer gols. Mais solto, fez jogadas de efeito e a vitória poderia ter sido até por uma diferença maior de gols. Espero que seja assim contra o CRB. Na final da Taça Rio, contra o Fluminense, o time precisa só de um pouco mais de atenção na defesa. O ataque deles é rápido e, se deixarmos alguns buracos como fizemos na semifinal contra o Resende, podemos nos complicar.


Botafogo ontem, hoje e sempre! - 'D.V.'

27/04/2013

Eu quero é técnica!

Ídolo da técnica alvinegra
"Faço a mesma coisa que sempre fiz na minha carreira. Estou colocando tudo que tenho, com e sem a bola, dentro e fora de campo. Não há nada especial para mim nisso," Seedorf.

Realmente, Seedorf parece ser um dos jogadores de nosso elenco que mais se entrega em campo. Vejo que outros jogadores também o fazem, como Lodeiro, Fellype Gabriel, Gabriel, etc, mas, não sei se devido à superioridade técnica, a entrega do Holandês fica mais evidente. É claro que raça e entrega são dois quesitos importantes na identificação do jogador com o torcedor, mas a técnica ainda é uma característica superior. Aliando as três, um jogador tem tudo para virar ídolo de uma torcida. Que todos no time sigam o exemplo de Seedorf - principalmente na técnica!

Botafogo ontem, hoje e sempre! - 'D.V.'

26/04/2013

Vamos, mas com calma

Ontem, na hora do almoço, encontrei com minha mãe. Ela perguntou se o jogo do Botafogo havia sido tenso. Muitas vezes, após um dia de jogo, essa é um de nossos primeiros assuntos. Disse que não sabia, estava em uma palestra e não acompanhei o primeiro tempo, e o segundo só ouvi pelo rádio no trajeto Centro - Recreio. Nunca consigo saber exatamente, pelo rádio, o que é um real lance de perigo e o que é exagero do narrador. Ela continuou o assunto dizendo: "parece que sim, estava no quarto e só ouvia seu irmão gritando na sala". Entenda-se por meu irmão, o Matheus (14 anos) que escreve o blog comigo e assina por 'M.P.'.

Vamos com calma, Oswaldo! Matheus, eu e Oswaldo no Engenhão (2012)
Aí, lembrei que, enquanto escutava o segundo tempo pelo rádio, o comentarista dizia que o Botafogo dava espaço pro time de Brasília e teve alguns lances perigosos contra sua meta. Não cheguei a ficar realmente tenso com tais lances descritos. Não sei exatamente o motivo, mas sentia que o time não vacilaria, como em anos anteriores. Certeza de que seremos campeões, não há. Mas, com a Copa do Brasil um pouco mais longa nesse ano, é importante dar um passo de cada vez e jogar cada jogo como uma decisão. Pelo que senti dos torcedores com quem conversei, não foi o que aconteceu. Porém, as poucas vezes que foi realmente testado por bons times nesse ano, o time deu resultado. Prefiro acreditar que vai se focar e definir quando for necessário.

A principal lição que fica para tanto para os jogadores, quanto torcedores e para o próprio Oswaldo, é o que o técnico disse após o jogo:

- O sufoco foi desnecessário em alguns momentos. Durante um jogo de Copa do Brasil, o time atuou como se fosse o Carioca e não é por aí.

Vamos com calma. Jogo a jogo. Sabendo que cada um é uma decisão. Se a garra for a mesma da semifinal da Taça Guanabara e o foco e calma igual ao da final, podemos ganhar de qualquer um.

Botafogo ontem, hoje e sempre! - 'D.V.'

25/04/2013

Primeiro passo



Botafogo na copa do Brasil é sinônimo de sofrimento. O fraco time do Sobradinho foi suficiente para nos trazer fortes emoções. Começamos com um susto no primeiro minuto, mas Renan, com uma outra bela atuação, nos mostrou mais uma vez o porque ele seria titular absoluto na maioria dos grandes clubes brasileiros. Fez belas defesas quando necessitamos e deu segurança ao nosso gol. E, foi então que começamos a pressionar. Fizemos boas jogadas, trocas de passes e arriscamos bons chutes. Esbarrando quase sempre nas defesas do goleiro adversário, na trave e (principalmente) em um aparente nervosismo. Uma espécie de fantasma, que deriva de um péssimo histórico recente nas primeiras fases da Copa do Brasil. Ou simplesmente um pensamento de achar que venceria a qualquer momento.

Fellype e Rafael, os 'homem-gol' na partida de ontem
Até que, ainda no primeiro tempo, Seedorf fez uma linda jogada com Vitinho e deu a Rafael Marques a oportunidade de marcar o gol mais expressivo que ele já fez com a nossa camisa. Placar aberto e mais tranqulidade pra continuação do jogo. No segundo tempo, o Botafogo continuou tendo o domínio das ações, mas sem muita pressão em cima do Sobradinho - que tentou até emplacar alguns contra ataques. Então, aconteceu o lance que definiu a história da partida. Após a marcação de um escanteio a favor do Botafogo, o árbitro da partida, Rodrigo Amaral, consultou seu assistente, procurou o camisa 4 do Sobradinho e deu o cartão vermelho. Na hora eu fiquei confuso, assim como os narradores do jogo. Só depois fui ver a agressão entre companheiros de time que perderam a cabeça e acabaram trocando chutes e cabeçadas. Melhor pro Botafogo. Depois da expulsão o time do Distrito Federal se perdeu completamente e não demorou muito pro Botafogo matar o jogo. Fellype Gabriel cabeceou e decretou nossa classificação pra próxima fase da Copa do Brasil.

Demos o primeiro passo! Que nós tenhamos tranquilidade e categoria para eliminar o próximo adversário sem necessidade do segundo jogo. E, que esse seja o início de uma gloriosa campanha alvinegra nessa Copa. Espero que nossa estrela brilhe em uma competição nacional novamente.

Botafogo ontem, hoje e sempre! - 'M.P.'

23/04/2013

Sou Botafogo


Sou BotafogoNão é a toa que esse é o nome do nosso plano de sócio torcedor, tem que ter orgulho na hora de vestir essa camisa. Eu tenho 14 anos e, como qualquer adolescente, passo grande parte da minha semana na escola. Na minha idade, esse é o lugar onde mais se discute futebol - é o nosso boteco, nossa mesa redonda. E, como botafoguense apaixonado, eu estou sempre lá, como minoria é verdade, mas sempre com um ótimo argumento, as notícias sempre atualizadas, uma boa zoação. Se tem uma coisa que é verdade, é que todo botafoguense entende bem de futebol. Não existe botafoguense que não ame seu time e o acompanhe sempre. Afinal de contas, ser botafoguense só por onda, pra se sentir sempre por cima, pra se enturmar, não funciona.

Paula (minha irmã) e eu (com 7 anos) na final de 2006
Nas discussões de escola, a cada dez pessoas uma é botafoguense. Ou seja, tem que ser apaixonado, tem que acreditar sempre e tem que apoiar sempre. Deixar a maioria e o recalque para aqueles que não sabem o que é amar um time de verdade. Porque se tem uma coisa que eu amo de verdade é o meu Botafogo. Um amor que começou de forma  linda, quando em 2006 vi maravilhado o Maracanã lotado celebrar o titulo carioca em cima do Madureira. Tinha oito anos apenas. Não importava que fosse só um titulo estadual. Não importava se era só o Madureira. O que importava era ver aquela festa e, a partir dela, tomar uma das melhores decisões que eu já tomei: ser Botafogo.

Paula, eu e Carol na final da Taça Rio 2012
E olha que minha infância, pelo menos em relação ao futebol, não foi das melhores. Vi meu time ser tri-vice estadual, ser eliminado de formas dramáticas (e revoltantes) de duas semifinais da Copa do Brasil, correr risco de ser rebaixamento, ver um timaço como o de 2007 passar em branco, entre algumas outras frustrações. Mas isso só me deixou mais forte frente às derrotas e mais apaixonado frente às vitórias. Me chame de louco se quiser, mas ver o Botafogo ganhar é melhor que qualquer coisa. Sentir a vibração da torcida gloriosa e ter orgulho em dizer: Sou Botafogo.

Botafogo ontem, hoje e sempre! - 'M.P.'



"Nascia, ali, uma simpatia de mão única, pois o Botafogo nem sabia da minha reles existência. Não sabia, nem precisava saber. O futebol é assim: desperta na pessoa um sentimento virtuoso que transcende a amizade, que vai além do amor e culmina no santo desvario da paixão. Tem de tudo um pouco, porém, é mais que tudo. Torcer por uma camisa é plena entrega. É mais que ser mãe, porque não desdobra fibra por fibra o coração. Destroça-o de uma vez no desespero de uma derrota. Em compensação, remoça-o no delírio de uma vitória." - Armando Nogueira, Jornalista

22/04/2013

Só faltam dois


Não foi uma exibição fenomenal, mas foi o suficiente para demonstrar que os meninos que entraram em campo tem potencial. Com um time formado por garotos da base, reservas e terceiras opções do elenco, o Botafogo mostrou que tem algumas peças para ajudar o grupo ao longo do ano. Afinal, o Volta Redonda - mesmo que não seja um grande time - venceu o Vasco - grande candidato ao rebaixamento no Brasileirão. E, esse Botafogo B (quase C) não teve muitos problemas para vencer o Volta Redonda.

De resto, foi uma vitória que mostrou que Bruno Mendes - a princípio - não parece ser isso tudo que esperávamos, mas que é um bom atacante. Fez parecer que Jefferson e Lucas Zen podem ser utilizados ao longo do Brasileiro, e que foi ótima a chegada de Bolívar para formar a zaga com Dória, já que o 'xerifão' Antonio Carlos não é lá essas coisas (quanto buraco na zaga!). Lima foi correto no apoio mas deixou espaços atrás, Edilson ainda tem que pegar muito ritmo de jogo e Gegê ainda carece de experiência. Sobre Henrique, ainda não tenho opnião formada. É difícil dar alguma opinião sustentável em cima de um time que mal treina junto, porém foi o que pude observar.

Para o carioca é só manter a atenção que o título deve vir. Espero que, na quarta feira, com o time titular, a gente confirme nossa classificação em cima do Sobradinho. Já que a Copa do Brasil, essa sim, parece ser nosso real desafio na temporada.

A capa do jornal O Globo desta segunda diz tudo.

Botafogo ontem, hoje e sempre! - 'D.V.'


19/04/2013

Numerologia alvinegra

Aloísio Birruma
"Se deu certo até agora, por que vamos mudar as camisas para a final?" - Frase atribuída a Aloísio Birruma, roupeiro do Botafogo na final do estadual de 1962, obrigando os jogadores a vestirem uma camisa de manga comprida em pleno verão carioca. Placar final do jogo: Botafogo 3 a 0.

Eu levava uma camisa do Botafogo, que ganhei quando criança, para alguns jogos. Se não me engano, a camisa era de 93 - não tenho certeza. Passei a reparar que, quando levava a camisa, o Botafogo não perdia. Passei a levar a alguns jogos seguidos, até que... o time perdeu. Normal. Procurei outros amuletos. Me liguei que o Matheus, meu irmão que escreve o blog comigo, nunca tinha visto o Botafogo perder no estádio. Foi comigo algumas vezes e a escrita se manteve. Até que um dia ele foi e... o time perdeu. Fui mudando. Passei a ir sempre no mesmo setor, usar a mesma camisa, mesmo tênis,... Certo dia desisti. Hoje, minha superstição é não ter nenhuma. Li uma frase, que não lembro qual botafoguense ilustre a proferiu, que diz: "minha única superstição é torcer pelo Botafogo". Acho que é mais ou menos isso, já que em nenhuma outra área de minha vida sou assim.

Mas ele escolheu a 38
Escrevi tudo isso para chegar ao curioso fato da (re)mudança no número da camisa de nosso atacante Bruno Mendes. Pode não significar nada a alteração de uma camisa de manga comprida por uma de manga curta - ou do número 38 para o 7 e de volta para o 38, como aconteceu com Bruno Mendes. Porém, no Botafogo cada detalhe - como a mudança de um número de camisa - é observado por um outro aspecto. Deve ser a herança dos Birrumas, Carlitos, e outras peças folclóricas de nossa história. O fato é que todo torcedor do glorioso leva algum 'amuleto'. Pode ser uma mania, uma peça de roupa, um objeto, uma rotina... Se o atacante do time voltar à boa fase ao retornar ao seu número 'original' vai contribuir para esse folclore.

A camisa amuleto
Porém, mais um jogo se passou e nada de gol, mesmo com o 'número da sorte'. Pode não significar nada ser o 7 ou o 38. No Botafogo, o 7 carrega história e peso: Garrincha, Jairzinho, Maurício e Túlio, para citar alguns. De repente, vestir a 7 estava pesando no psicológico e no espiritual do futebol (apenas promissor) de Bruno Mendes. Pode ser a camisa. Ou pode ser que ele realmente nunca foi tudo aquilo que parecia. Só o tempo irá dizer. O certo é que, de alguma maneira, ele já 'se contaminou' pelo botafoguismo.

Botafogo ontem, hoje e sempre! - 'D.V.'

18/04/2013

De preto em branco

"O futebol, moçada, não é apenas tática e técnica, é poesia, é emoção, é história. O futebol constrói uma moral, uma ideologia, um sentido de justiça e de injustiça e, sobretudo, nos ensina a viver com o imponderável" - Matinas Suzuki Jr., Jornalista.

Seedorf parece não acreditar no futebol apresentado pelo time
Nem há muito o que comentar do jogo de ontem. Um típico zero a zero, em que nosso lance de maior perigo no ataque foi devido a um erro do defensor deles. Espero que no jogo de volta, semana que vem, em Volta Redonda, o time entre com mais tática e técnica. Principalmente técnica. Apesar de futebol não ser só isso, como bem lembrou Matinas, é mais fácil vencer utilizando-os. Afinal, poesia, emoção e história não faltam ao Botafogo - sentido de injustiça então nem se fala. Espero não ter que viver mais com o imponderável e ver novamente o Glorioso ser eliminado por um time pequeno em casa na Copa do Brasil. Que as palavras do nosso capitão Jefferson, que disse crer 'que vamos fazer um placar elástico aqui e passar para a segunda fase', se tornem verdade. Raça e vontade não faltou... Técnica e bom futebol, sim.

Botafogo ontem, hoje e sempre! - 'D.V.'

17/04/2013

Outro Nelson, outro Armando, por favor!

Nelson Rodrigues e sua máquina de escrever

Queria ser um Nelson Rodrigues, com a visão falha, mas com texto preciso, para narrar o que aconteceu aos 24 minutos do segundo tempo do jogo Botafogo e Nova Iguaçu. Só Nelson poderia nos dizer precisamente o que aconteceu. Só alguém sem o olhar apurado poderia enxergar verdadeiramente os fatos daquele lance e traduzir para nós em (belas) palavras a essência do que ocorreu. Creio eu, começaria dizendo que, dos estádios do Rio de Janeiro hoje, só Moça Bonita estaria apto a receber tal jogada. Que me desculpem o Engenhão (interditado) e o Raulino de Oliveira. Se não pode ser no Maracanã, tinha que ser no Proletário. Um estádio que já recebeu Garrincha em seu auge!

Digo isto baseado em uma frase do próprio Nelson: "No futebol, o pior cego é o que só enxerga a bola". Foi o que nós, boçais, fizemos. Ele diria que não conseguimos enxergar o que estava para acontecer quando Seedorf recebeu aquela bola na ponta esquerda. Todos nós só fizemos olhar para bola. Esquecemos o que é o Botafogo, quem já jogou pelo Botafogo, que estádio era aquele, e (como verdadeiros idiotas) queríamos que Seedorf desse prosseguimento na jogada de forma objetiva ou pragmática - palavras em alta no futebol de hoje. Mas não, Seedorf sabe quem ele representa, sabe que camisa ele veste, sabe da história que carrega nas costas - a sua própria e, agora também, a do Botafogo. Parecia ter extraído de um texto de Armando Nogueira a sua performance daquele dia 14 de Abril. Posso afirmar, com certeza, que Seedorf leu o texto 'O Botafogo e eu...' do próprio Armando antes de entrar em campo.

O que Armando escreveria quando Seedorf aparou a bola e olhou, do alto de sua técnica, todos em campo? Diria que para nós o tempo corria, mas para Seedorf estava tudo parado. Os outros eram tartarugas a se arrastar pelo gramado sem conseguir acompanhar a velocidade de seu pensamento. Ele nem precisou tocar na bola quando o zagueiro parou estático à sua frente. Outros jogadores veriam o marcador como uma muralha da China, para Seedorf era um mero 'joão' que atrapalhava a jogada que sabia que iria fazer 5 segundos depois. É isso mesmo, o pensamento de Seedorf estava 5 segundo a frente do pensamento de qualquer um naquele estádio - ou até mesmo de quem o assistia em casa pela TV. Se os narradores entendessem futebol, e enxergassem o jogo, já gritariam gol naquele momento. Porém, o lance seguiu. Precisávamos ver para crer.

Armando Nogueira e seu filho - devidamente uniformizado

Agora, tente imaginar como Nelson e Armando relatariam quando a perna direita de Seedorf quis cruzar a bola, mas ele não permitiu - chutando o vento? Nunca saberemos! O que vimos foram os outros jogadores não definirem se deviam correr ou se deviam parar. Por instantes, eram todos espectadores do mágico e belo futebol jogado por Seedorf - que com apenas 5 segundos foi capaz de nos fazer lembrar Garrincha. Seu corpo balançou, as pernas se trançaram, o zagueiro não sabia pra onde ir. Sem tocar a bola, fez que ia para seu lado direito. Quando todos deram conta do que acontecia, ele já estava na esquerda preparando o cruzamento perfeito para Lodeiro. Devido às regras do futebol o gol foi anotado para o uruguaio. Porém, se houvesse justiça, o gol teria sido dado a Seedorf - independentemente de quem foi que jogou a bola para as redes. Se a imagem da TV diz outra coisa, pior para a imagem da TV, diria Nelson.

Ah, como eu queria uma crônica de Nelson, tendo Seedorf como seu personagem da semana. Como eu queria que Armando Nogueira pudesse assistir e descrever o craque holandês desfilando técnica e fazendo jogadas de Garrincha, gols de Heleno e passes de Didi, envergando a camisa do Botafogo. Imaginem os textos que eles escreveriam! Por isso digo: o que seria do futebol sem os que veem além do que acontece em campo? Como eu queria ser um Nelson, um Armando, para poder escrever e contar para meu filho o que Seedorf fez e vai fazer com a camisa do meu time do coração. Como eu queria, ao invés de assitir ao jogo, poder ver o jogo de verdade, como eles faziam.

Botafogo ontem, hoje e sempre! 'D.V.'


Seedorf e o panteão alvinegro:

Aproveitando que estamos falando de Armando Nogueira segue o trecho de um dos seus textos:

"O torcedor do Botafogo tem um coração repleto de memoráveis cintilações: convivem, na mesma estrela, dribles insondáveis de Garrincha, passes impressentidos de Didi, antevisões de Nilton Santos, cismas de Carlito Rocha e gols, muitos gols, de Heleno de Freitas, cada um mais épico que o outro." - Armando Nogueira

Você acha que Seedorf já faz parte desse panteão alvinegro?


16/04/2013

20 tentos, 4 minutos e 1 título

Editamos um vídeo com todos os 20 gols feitos pelo Botafogo na Taça Guanabara 2013. Tivemos que espremer para caber nos pouco mais de 3 minutos da música escolhida para trilha sonora - 'Gold On The Ceiling' da banda The Black Keys.

Botafogo ontem, hoje e sempre! 'D.V.'

Mané Seedorf

Mais uma tarde de domingo. Ansioso como de costume, eu esperava o jogo começar.  Estava na esperança de ver mais uma grande atuação do meu Botafogo, e não me decepcionei.

Já classificados, fazíamos um jogo para cumprir tabela e assegurar a primeira colocação do grupo, e que Oswaldo aproveitou para fazer alguns testes. Primeiro usando a dupla de zaga reserva, que apesar de ter feito jogo seguro, acabaram falhando na hora do gol -  já com Dória em campo. Não tinha problema, lá na frente já estava tudo resolvido. Lima também entrou como titular e, apesar de não ter aparecido muito, cumpriu bem seu papel defensivo.

No meio campo, Renato entrou ao lado de Gabriel. Esteve bem no primeiro tempo de jogo e foi substituído no intervalo por questões físicas. Eu, pessoalmente, deposito muita confiança nesse jogador, até porque ele tem muita qualidade, como já nos mostrou com seu futebol de 2011. Se voltar a jogar do mesma maneira que naquele ano, daria ao nosso meio-campo um aspecto ainda mais interessante. E por falar em meio campo, como jogaram nossos três meias no jogo de ontem! Vitinho, Lodeiro e Seedorf destruíram a zaga do laranjão da baixada, com gols, passes, cruzamentos perfeitos, dribles desconcertantes e - no caso de Seedorf - até nostálgicos.

Com muita movimentação, vontade e qualidade, fizeram pinturas em todas as jogadas de gol. Como é legal ver o Vitinho jogando um futebol tão alegre! Ontem ainda fez mais um gol, literalmente no apagar das luzes de Moça Bonita. É uma promessa, que se usada com cuidado, pode nos render muitas alegrias no futuro - e presente.

Para completar, Bruno Mendes que não vem rendendo tanto, foi bem em alguns lances e até merecia ter deixado o seu. Ficou barato para o Nova Iguaçu o resultado de 4 a 1, já que viu o Botafogo dar mais um show na Taça Rio. Que joguemos assim na semifinal, que deve ser contra o Fluminense. Prefiro assim, o quanto antes melhor.

Botafogo ontem, hoje e sempre! 'M.P.'

12/04/2013

Marca Alvinegra

Noé, eu e Zagallo
Meu filho nasceu dia 13 de fevereiro de 2013. Isso, para um botafoguense como eu, já quer dizer muita coisa. Para ser rápido, já lembro de bate pronto dois grandes jogadores que honraram nossa camisa e que eram adeptos do 13: Zagallo e Loco Abreu. Por isso, essa história que vou contar já é, para mim, um sinal - e nós somos atentos aos sinais mais do que qualquer outro clube.

Hoje de manhã, antes de ir ao trabalho, passei em uma padaria com meu filho  (de apenas 2 meses) e minha esposa. Fui atendido por um senhor muito simpático, que eu nunca tinha visto antes trabalhando no local. Ele olhou para meu filho, acordado e risonho no momento, e - sem saber se iria agradar - disse:

- Está feliz assim porque é Botafoguense!

Eu ri! O senhor, meio sem graça, pois estava ali trabalhando e não sabia se tinha me desagradado ou não, perguntou:

- Qual o time dele? - querendo saber o meu, é claro.
- Botafogo! - Respondi.

Ele abriu um largo sorriso, mistura de alívio e alegria, e completou:

- Só podia ser! Quem é botafoguense, está feliz.

Emendou com um parabéns "pelo filho e pelo Botafogo" e saiu. Olhei para minha esposa e disse:

- Viu, falei que ele já tem cara de Botafoguense.

Por situações assim, acho o Botafogo diferente. Pois, o normal seria falar que o menino é flamenguista, já que - segundo as pesquisas - 50% da cidade torce por tal time. Citando o Botafogo, o senhor tinha cerca de 12% de chance de acerto - segundo pesquisas. E acertou... De repente, nenhum outro cliente - da vazia padaria - naquela manhã fosse botafoguense. Parece que nos identificamos! Rs...

Tenho outras histórias bacanas que mostram, para mim, que o Botafogo é um clube diferente. E que o botafoguense não vira torcedor do Botafogo, ele já nasce botafoguense. Compartilho depois com vocês.

Botafogo ontem, hoje e sempre!

11/04/2013

Comentarista de melhores momentos


Não vi o jogo, infelizmente. Estava em reunião no trabalho. Espiei rapidamente o resultado no intervalo pelo tempo real do globoesporte.com. Vi que estava 2 a 0 e que o Botafogo pressionava, fiquei tranquilo e retornei ao que fazia. Depois, a noite, conversando com meu irmão, ele me disse que o Botafogo parou de pressionar no segundo tempo e que o time só ganhou volume de jogo com a entrada do Vitinho.

Não gosto de ser comentarista de melhores momentos, até porque nem esses eu vi. Assisti somente aos gols, e fiquei satisfeito com a maneira que as jogadas foram construídas. O time 'com sono' tem sido algo que acontece desde o começo do trabalho do Osvaldo. Porém, nesse ano, tem vencido, mostrado eficiência e segurança. O fluminense, em 2012, ganhou um campeonato brasileiro com um time que praticamente dormia o jogo todo em campo. Tudo bem que, de uma maneira geral, eram jogadores em ótima fase e com técnica apurada, mas que jogavam somente no erro do adversário. E, é o que tenho visto o time do Osvaldo fazer desde a semifinal da Taça Guanabara até o jogo de ontem, jogar no erro do adversário.

O time desse ano tem uma zaga mais segura e um meio de campo com mais precisão e técnica. Se vamos longe no brasileiro, não arrisco dizer. Mas temos time para conquistar a Copa do Brasil e fazer frente a qualquer outro dos grandes times da Série A. Se o Campeonato Carioca ficou 'fácil' para a gente, foram os jogadores em campo que o tornaram fácil, por jogar com seriedade e comprometimento, mesmo com salários atrasados. Tomara que eles saibam deixar de lado os problemas extra campo na hora das partidas e demonstrem, até o final, vontade de conquistar esse título. Fome de vitória, é isso que espero desse grupo de jogadores.

Botafogo ontem, hoje e sempre!

10/04/2013

Quem tem time, quer casa

Visão da marca do pênalti com o setor Norte ao fundo
Deixando qualquer polêmica sobre o fechamento do Engenhão de lado, pegar a administração do estádio e tê-lo como sua casa foi uma das melhores coisa que o Botafogo fez. Já tive a oportunidade de conhece-lo por dentro, suas salas, vestiários, academia, centro de tratamento, entre outras instalações. Por dentro, o local já é todo customizado para o clube. A decoração, que passa por cores, frases famosas e fotos históricas do Botafogo, deixam os bastidores com a cara de nosso clube. Gravei poucos vídeos e tirei poucas fotos. Me arrependo. Porém, o que gravei em boa qualidade e que achei que vale a pena compartilhar, segue nesse vídeo para vocês. É a sala de aquecimento de nossos jogadores e a visão das arquibancadas de dentro do gramado. Espero que curtam.

Botafogo ontem, hoje e sempre!

09/04/2013

Botafogo de Ferro

Segunda a noite e Tela Quente está no ar na Globo. Sem TV a cabo no quarto e tendo que ficar na cama para fazer companhia para minha esposa e o bebê, acabo me rendendo à programação do plim-plim. Normalmente, nem assisto jogos do Botafogo na Globo, quem dirá qualquer outra coisa. Mas Homem de Ferro até que é um filme legal.

Apesar de achar que o perfil soberbo, egocêntrico e as vezes até mesquinho de Tony Stark não ter nada a ver com o Botafogo, achei uma foto em que ele enverga a gloriosa camisa alvinegra. Até o bilionário super herói americano se rendeu à magia do Botafogo! Rsrs... E, como diz a sensacional música Iron Man da banda Black Sabbath: "Nobody helps him, now he has his revenge."

O Botafogo terá sua revanche! Rs...

Botafogo ontem, hoje e sempre!




08/04/2013

Apenas o que interessa

Vitinho na jogada de seu segundo gol
Domingo, tradicionalmente, é um dia família. Para mim, com um filho de menos de 2 meses, tem sido ainda mais assim. Por isso, esse ano, pouco tenho ido ao estádio. Consegui uma carta de alforria assinada por minha esposa para comparecer à final da Taça Guanabara e assitir in loco ao jogo e o título. Enfim, dei essa volta só para explicar que acabei indo assistir ao jogo desse domingo na casa do meu avô.

Meu avô (73 anos) é torcedor do Olaria. Contra ele, estavam presentes 6 botafoguenses: minha mãe, meu padrasto, minha irmã, minha esposa, meu irmão e eu - 7 se contarmos meu filho, Noé. Assistindo ao jogo na casa de meu avô fica difícil prestar 100% de atenção ao que se passa em campo. Quase não o vejo e, por isso, os assuntos vão e vem e acabam escapando um pouco da partida que está sendo assistida. Junta-se a isso um nervosismo - que eu normalmente tenho em qualquer partida do Glorioso - e a atenção não é total.

Os gols nos trazem de volta. Devido ao árbitro, foram três nesse domingo - senão seriam quatro. No primeiro, mal estava olhando para a TV e só no replay vi o jogador do Olaria patinando e deixando a bola aos pés de Lodeiro - muito ligado no jogo - para fazer seu baile (usando uma expressão da época do meu avô) e seu gol. Lodeiro tem jogado muito bem esse ano e, se conseguir manter o nível, será muito importante para nós.

Com a partida decidida e ainda um pouco revoltado com o erro do juiz, já ajudava à minha esposa com o bebê e pouco ligava para a tela da TV. Foi quando o primeiro gol do Vitinho me trouxe de volta ao jogo. Com os olhos já grudados, consegui acompanhar a belíssima jogada do segundo gol do menino. Golaço! Vitória garantida, mais um garoto da base brilhando e cada vez aumenta mais a expectativa do primeiro título do ano: o Carioca.

O ponto negativo foi apenas ver a tristeza de meu avô, que em breve não vai poder acompanhar mais seu time nem no Campeonato Carioca. Olaria já foi um clube de estrutura média e torcida acanhada. Hoje, penso que não dá nem para chamar de pequeno, e acho que nem torcida tem. Espero que, um dia, os clubes pequenos do Rio tenham uma estrutura similar aos pequenos de São Paulo e a gente possa voltar a ver outros times da capital de nosso estado na primeira e segunda divisão do Brasileirão.


Taça Rio e Carioca

Botafogo levanta a Taça Rio 2012 - Foto tirada da arquibancada
A expectativa é grande e o otimismo quer tomar conta - até dos mais pessimistas como eu. Afinal, sendo torcedor do Botafogo, tento conter qualquer boa expectativa antecipada, já que na maioria das vezes elas não se concretizam. Não que eu duvide desse time, mas é bom manter os pés no chão, assim como os jogadores devem fazer se querem conquistar essa taça. Precaução não faz mal a ninguém.

Hoje, somos favoritos, mas no primeiro turno éramos a zebra. E, todo mundo sabe como essa história terminou. Espero que não nos deixemos tomar pela soberba que era dos nossos adversários na Taça Guanabara e que a gente saiba administrar uma possível vantagem nessas finais. A hora é essa. O ano é 2013.

Botafogo ontem, hoje e sempre!

Começando os trabalhos

Daniel e Matheus - Final da Taça Rio 2012
Blog de dois torcedores apaixonados pelo clube da Estrela Solitária. Dois irmãos, um com 28 e outro com 14 anos, duas gerações e duas visões dos assuntos relacionados ao Botafogo -  que acontecem dentro e fora das 4 linhas. Espaço destinado a comentar, explanar, discutir, debater e torcer muito pelo Glorioso. Pois, como disse Mário Filho, 'não se pode ser Botafogo como se é outro clube. É preciso ser de corpo e alma.'

Ao pensar em inaugurar esta página, tínhamos também em mente uma frase do jornalista Lúcio Rangel: "Sabe duma coisa? Eu não gosto de futebol, gosto é do Botafogo."

Botafogo ontem, hoje e sempre!