01/06/2013

Não há paixão em General Severiano

Se perguntássemos aos botafoguenses se eles ficariam satisfeitos em conquistar 4 pontos nas duas rodadas iniciais do Brasileirão 2013, enfrentado os dois finalistas do campeonato paulista logo de cara, praticamente todos diriam que sim. Ainda mais sendo os finalistas Corinthians e Santos, os dois últimos campeões da Libertadores e dois dos times mais fortes do país nos últimos anos.

Tendo assistido os dois jogos, digo que os 4 pontos ficaram de ótimo tamanho, mesmo sabendo que poderíamos ter conquistado os 6. Foram partidas duras para um começo de campeonato e o time, mais uma vez, demonstrou personalidade para controlar quase que totalmente as duas. Demonstrou também cansaço, ou descaso na marcação, nas duas etapas complementares. O que ficou mais evidente foi que o Corinthians não é aquele bicho papão que venceu o Chelsea, e o Santos não é horrível sem Neymar. O 1 x 1 contra o Corinthians e o 2 x 1 no Santos poderiam ser facilmente invertidos, já que controlamos melhor o primeiro jogo em pleno Pacaembu - com Seedorf em campo -, do que o segundo em Volta Redonda - sem Seedorf em campo.

Nelson Rodrigues diz que "o Botafogo é, com efeito, o clube mais passional do futebol brasileiro". Mas hoje, com Oswaldo de Oliveira, o time é mais cerebral e racional. De repente, por isso, a maioria dos botafoguenses tenha dificuldade de aceita-lo como um bom treinador para o time. Parece faltar-lhe vibração à beira do campo. Falta de paixão é algo que o botafoguense dificilmente admite. Esse toque cerebral que Oswaldo deu ao Botafogo, aliado à técnica primorosa de Seedorf, à disposição de Fellype Gabriel e à habilidade de Lodeiro, misturadas aos outros valores do grupo, tem dado ao Glorioso a calma necessária para decidir os jogos.

Por muitas vezes o time parece cozinhar o jogo, demonstrando pouca vontade. Por alguns momentos não parece ser aquele Botafogo 'pura emoção' que estamos acostumados a ver. Confesso que, durante alguns momentos em que assistia os dois jogos, cheguei a me pegar pensando e fazendo outras coisas, já que tudo parecia resolvido. Se tratando de Botafogo, sabemos que são poucos esses momentos - e que a história não é bem assim.

Devido a essa calma, 'falta de paixão' e  pragmatismo impostos por Oswaldo, é provável que o Botafogo, mais do que nunca, brigue na parte de cima da tabela do Brasileirão 2013. Sem desespero, sabendo exatamente onde quer chegar - e, mais importante, como chegar. Essa reta inicial, em que enfrentaremos ainda o Cruzeiro e mais dois jogos fora (Bahia e Ponte Preta), vai dizer muito do que o time vai fazer no campeonato. É importante que a diretoria se esforce e consiga manter os jogadores para o segundo semestre, pois mesmo sem reforços é a única maneira de almejarmos os objetivos que temos: título da Copa do Brasil e vaga na Libertadores.

Botafogo ontem, hoje e sempre! - 'D.V.'

Um comentário:

Anônimo disse...

É nois!!!!!