17/07/2013

A competência ficou em casa


Nem toda derrota é o fim do mundo. A de Porto Alegre, no último domingo, era - de certa forma - previsível. Bater o Grêmio na casa deles sempre é uma missão muito difícil. Mas o Botafogo jogou com uma postura vencedora apesar de tudo. E, além dos 3 pontos, é isso o que realmente importa em jogos como esse. Se impor é o objetivo, ganhar será a consequência natural.

"Qual é a desse bandeira, seu juiz?"
Dessa vez não aconteceu. Está certo que a arbitragem brasileira, mais uma vez, nos proporcionou mais uma de suas trapalhadas no gol que der a vitória a eles. Botar a culpa da derrota no juiz, porém, é injusto. Nós perdemos porque faltou competência na hora certa. Porque Lodeiro não está rendendo nem metade do que pode, porque Vitinho não tem senso de coletividade algum, porque faltou calma e categoria a Marcelo Mattos na hora de finalizar com Dida rendido no chão. São em detalhes que grandes jogos são resolvidos. E foi no detalhe que sofremos a derrota que nos custou a liderança do Brasileiro.

Há de se ressaltar a atuação de Seedorf, que mesmo sobrecarregado no meio campo fez mais uma bela partida e marcou mais um golaço. Perdemos a chance de dar uma disparada em relação aos demais. Agora é levantar a cabeça e pensar no jogo contra o lanterna Náutico. Porque, esse sim, tem que ser vencido. Jogando com o último colocado e "em casa" não podemos nos contentar com nada menos que os três pontos. Pra cima deles Fogo!

Botafogo ontem, hoje e sempre. - 'M.P.'

12/07/2013

7713 - A aura Botafoguense

Gloriosos e gloriosas do meu Brasil! Ao fim do jogo de domingo todos os botafoguenses de corpo e alma foram dormir com uma certeza: seremos campeões! Se não teve essa certeza, não deve ter analisado os fatos. Sim, porque os fatos reais e concretos, na verdade, são os que vão além do olhar técnico e objetivo do jogo em si. Essa realidade a gente deixa para os idiotas da objetividade. Ou você não foi capaz de notar que o Botafogo assumiu a liderança do campeonato no dia 7 do mês 7 do ano de dois mil e 13?
A materialização da aura do Botafogo no futebol de Seedorf
Todo mundo viu o Seedorf desfilar mais uma vez em campo. Testemunharam Dória parar o artilheiro da seleção nacional. Observaram Gabriel e Marcelo como máquinas de desarme no meio campo... Isso qualquer criança de primário é capaz de perceber. O fato maior está expresso na data, no local do clássico - ou você não lembra que o último clássico que disputamos no Nordeste foi em 1995 -, nos pormenores que compõem a campanha do alvinegro. Nós estamos destinados a levar essa taça! Isso, até um cego de nascença enxergaria - e ele não precisa ver atuações! Aquele, foi o primeiro dia do resto do ano do Botafogo.

Hoje, só não acredita no título quem não acredita no Botafogo. Pois, quando o Botafogo é maior que os fatos concretos, é quando ele é mais forte, é quando ele é mais Botafogo. Não espere, porém, que a gente mantenha a liderança desde essa rodada até a final, mas se existe algo além do resultado em campo no futebol, a conjuntura do momento veio para nos mostrar o nosso futuro.

Na parede de General Severiano
"... Carlito ligou o jogo ao sobrenatural, pôs Deus ao lado do Botafogo (...). Disse ele que Deus viera anunciar-lhe a vitória do Botafogo Um vaticínio divino é algo mais do que um palpite de esquina. No entanto, vejam vocês, nem o jornal que publicou a reportagem, nem o leitor, nem a torcida, ninguém acreditou nem em Carlito, nem na visão, nem mesmo em Deus. (...) Graças ao Carlito criava-se uma relação entre o Botafogo e o sobrenatural (...)."

Que o Deus de Carlito Rocha ilumine nosso caminho até o fim dessa trajetória. E que os jogadores do Botafogo se empenhem e façam o simples, deixem o Botafogo jogar através deles. Esse título já está ligado ao sobrenatural, está ligado à aura do Glorioso.

- Botafogo hoje, ontem e sempre! - 'D.V.'

08/06/2013

Duas noites

Foi necessário esperar duas noites para escrever sobre o jogo entre Botafogo e Bahia. Era importante repensar o jogo, reavaliar o resultado e imaginar que tudo não era nada mais que um sonho ruim - infelizmente não. O resultado só não é pior do que a notícia que se sucedeu dois dias depois: Engenhão fechado por 18 meses. A semana foi difícil.

Não é necessário comentar que o nível do gramado prejudicou diretamente o nível do futebol - principalmente do time do Botafogo, já que o Bahia em 2013 não apresentou nada que se assemelhe com este esporte. Menos ainda comentar que jogadores que dificilmente erram acabaram errando e que existem jogadores que não tem (no momento) capacidade técnica de vestir a camisa mais gloriosa do Brasil. Perdemos por sorte deles, azar nosso. Questão de ponto de vista. É preciso calma! Em todos os sentidos.

Se nosso Engenhão demorará 18 meses para ser reaberto, mesmo que devido ao que parece ser uma manobra política, a torcida precisa protestar contra essa atitude e apoiar ainda mais o time. E a diretoria deve exibir uma solução viável e cômoda para o time e torcida. Se a equipe vem demonstrando um viés de queda, é preciso que a torcida - pelo menos na última rodada antes da pausa, longe de casa - apoie quem vestir nossa camisa. Lodeiro, Dória e Jefferson fazem falta? Sim! Muita! Qualquer time do Brasil sofreria com a ausência de jogadores desse nível, mas não é o momento de fazer a caveira de quem os substitui.

Independente do resultado do jogo contra a Ponte Preta, a partida chave será contra o Fluminense no recomeço do campeonato. É muito importante se despedir com mais 3 pontos e um pouco mais de tranquilidade. O clássico vovô, porém, com os times completos, deve mostrar que caminho seguirá o Botafogo nesse campeonato. Será o início de uma reta até o objetivo primário, que é a vaga na Libertadores, e a conquista maior, que é o título, do Brasileirão ou da Copa do Brasil. Como o time voltará, após a Copa das Confederações, para essa disputa? Ninguém sabe ao certo. Apenas esperamos pelo melhor!

Time que o Botafogo de Corpo e Alma gostaria de ver em campo para o próximo jogo: Renan, Lucas, Bolívar, André Bahia e Júlio César; Marcelo Mattos, Gabriel, Fellype Gabriel, Rafael Marques e Seedorf; Bruno Mendes.

Botafogo ontem, hoje e sempre! - 'D.V.

03/06/2013

Caiu no Raulino...


O Engenhão é a nossa casa, e faz falta, muita falta pro Botafogo. Principalmente na questão financeira. É uma vergonha o que está sendo feito pelo nosso governo quanto ao caso, e a nossa torcida não pode ficar calada. Não me levem a mal, mas a verdade é que o modesto Raulino de oliveira tem sido uma bela casa para o Glorioso. Foram nove jogos e cem por cento de aproveitamento.

Lodeiro, o cara do jogo
E ontem, contra um adversário dificílimo, conseguimos sair mais uma vez com a vitória. Foi suado, foi agonizante, mas se tratando do Botafogo é quase sempre assim. Arrisco-me a dizer que foi uma das piores atuações do time no ano. Ficamos completamente perdidos em certas partes do jogo. Fellype Gabriel fez uma falta absurda ao meio campo, que contava ainda com um Seedorf pouco inspirado e um Vitinho muito afobado. Foi a receita do fracasso no primeiro tempo, onde apenas a falha cruzeirense nos primeiros minutos e a sorte de Lodeiro - ao pegar um rebote - nos livraram da derrota.

Foi justamente sorte o que faltou ao Renan na hora do gol de empate do Cruzeiro. Um gol esquisito, que foi consequência de uma zaga estática e passiva, sentindo muita falta do Dória, e que apenas assistiu ao Cruzeiro jogar na primeira etapa. Para o segundo tempo, se enganou quem achava que ia ver um time com uma postura diferente. Oswaldo apostou no cansaço do time mineiro e não fez nenhuma substituição. Acabou dando certo. E foi em outra falha cruzeirense que nasceu o gol da vitoria alvinegra. Nilton foi extremamente imprudente e cometeu pênalti em Lucas. Lodeiro bateu com segurança e botou 2 a1 no placar.

A partir daí o Botafogo se encheu de confiança e aproveitou o fator casa. Tomou o controle do jogo, ainda que com sustos, e segurou o resultado até o apito final. O time do Botafogo vai se mostrando cada vez mais condicionado a partidas difíceis. Vai se desenhando um campeonato em que brigaremos no topo da tabela. Veremos o que o futuro nos guarda. De qualquer jeito, a torcida tem que comparecer e apoiar esse time que vem dando o máximo de si em cada jogo, mesmo diante da crise financeira que enfrentamos. Vamos fazer do Raulino nosso caldeirão enquanto brigamos pela devolução do Engenhão.

Botafogo ontem,hoje e sempre! - 'M.P.'

É clichê, mas é verdade: valeu pelos 3 pontos

01/06/2013

Não há paixão em General Severiano

Se perguntássemos aos botafoguenses se eles ficariam satisfeitos em conquistar 4 pontos nas duas rodadas iniciais do Brasileirão 2013, enfrentado os dois finalistas do campeonato paulista logo de cara, praticamente todos diriam que sim. Ainda mais sendo os finalistas Corinthians e Santos, os dois últimos campeões da Libertadores e dois dos times mais fortes do país nos últimos anos.

Tendo assistido os dois jogos, digo que os 4 pontos ficaram de ótimo tamanho, mesmo sabendo que poderíamos ter conquistado os 6. Foram partidas duras para um começo de campeonato e o time, mais uma vez, demonstrou personalidade para controlar quase que totalmente as duas. Demonstrou também cansaço, ou descaso na marcação, nas duas etapas complementares. O que ficou mais evidente foi que o Corinthians não é aquele bicho papão que venceu o Chelsea, e o Santos não é horrível sem Neymar. O 1 x 1 contra o Corinthians e o 2 x 1 no Santos poderiam ser facilmente invertidos, já que controlamos melhor o primeiro jogo em pleno Pacaembu - com Seedorf em campo -, do que o segundo em Volta Redonda - sem Seedorf em campo.

Nelson Rodrigues diz que "o Botafogo é, com efeito, o clube mais passional do futebol brasileiro". Mas hoje, com Oswaldo de Oliveira, o time é mais cerebral e racional. De repente, por isso, a maioria dos botafoguenses tenha dificuldade de aceita-lo como um bom treinador para o time. Parece faltar-lhe vibração à beira do campo. Falta de paixão é algo que o botafoguense dificilmente admite. Esse toque cerebral que Oswaldo deu ao Botafogo, aliado à técnica primorosa de Seedorf, à disposição de Fellype Gabriel e à habilidade de Lodeiro, misturadas aos outros valores do grupo, tem dado ao Glorioso a calma necessária para decidir os jogos.

Por muitas vezes o time parece cozinhar o jogo, demonstrando pouca vontade. Por alguns momentos não parece ser aquele Botafogo 'pura emoção' que estamos acostumados a ver. Confesso que, durante alguns momentos em que assistia os dois jogos, cheguei a me pegar pensando e fazendo outras coisas, já que tudo parecia resolvido. Se tratando de Botafogo, sabemos que são poucos esses momentos - e que a história não é bem assim.

Devido a essa calma, 'falta de paixão' e  pragmatismo impostos por Oswaldo, é provável que o Botafogo, mais do que nunca, brigue na parte de cima da tabela do Brasileirão 2013. Sem desespero, sabendo exatamente onde quer chegar - e, mais importante, como chegar. Essa reta inicial, em que enfrentaremos ainda o Cruzeiro e mais dois jogos fora (Bahia e Ponte Preta), vai dizer muito do que o time vai fazer no campeonato. É importante que a diretoria se esforce e consiga manter os jogadores para o segundo semestre, pois mesmo sem reforços é a única maneira de almejarmos os objetivos que temos: título da Copa do Brasil e vaga na Libertadores.

Botafogo ontem, hoje e sempre! - 'D.V.'

25/05/2013

Nas mãos dos palhaços

Como já disse nesse espaço anteriormente, não sou muito chegado às teorias da conspiração, mas algumas coisas são difíceis de se deixar passar. Já havia ficado cismado com a mudança do jogo do Botafogo contra o CRB do dia 15 de Maio para o dia 22 do mesmo mês. A data original era bem mais favorável ao Botafogo. Jogaríamos apenas alguns dias após a conquista do estadual, ainda embalados, e teríamos tempo de recuperar e treinar apropriadamente para a estreia do Brasileirão contra o Corinthians no dia 25 de Maio.

Por motivos ainda estranhos - o que se diz é que foi a pedido da Rede Globo - a mudança aconteceu. Por que a mudança? A Globo não transmitiu nosso jogo no dia 22. Acho que tinham medo que o time das Laranjeiras não passasse de fase na Libertadores e ficassem sem futebol para quarta noite. Acabou que jogamos e vencemos. Com sustos, é verdade, mas cumprimos nossa missão e nos classificamos para a próxima fase da Copa do Brasil.

Porém, o que mais me intriga, é o porquê da transmissão do jogo do time da Gávea contra o time de Santos, ao invés da transmissão de Botafogo versus Corinthians, já que são os dois atuais campeões e ditos melhores times atualmente de seus respectivos estados. Entendo que o futebol hoje é mais uma questão de mercado do que do jogo em si. Mas será que não seria mais interessante transmitir o jogo dos campeões dos dois estados mais populosos do país? Alguns dos principais nomes do campeonato em campo: Seedorf, Lodeiro, Paulinho, Guerrero, Pato, Jefferson, Danilo, entre outros. Em nome de que a Globo preferiu transmissão do outro jogo? Neymar não deve jogar, o rubro negro não tem um nome de peso... Qual o atrativo desse jogo? Acho que o motivo deve ser o mesmo de não terem transmitido uma só partida do Glorioso na Taça Guanabara.

Enfim, a má vontade é grande! Em 2013 já fecharam o Engenhão, já colocaram pilha em discussão entre jogadores, desvalorizam alguns dos nomes do elenco, tentaram diminuir a conquista do estadual, implicaram com o cabelo do Jefferson, tentaram suspender o Seedorf, já adiaram 3 de nosso jogos... E a contagem vai aumentando. O que mais vão tentar fazer? Pode parecer loucura, mas algo há. A caravana, entretanto, não vai parar. O Botafogo vai seguir em frente, contra tudo e contra todos. Torço para que as palavras de Lodeiro sejam verdadeiras e que o time jogue por "orgulho, não por dinheiro."

As novas camisas
Quanto às novas camisas, já li na internet e tive de concordar, apesar de não ser fã das estrelas que colocaram na versão branca e na versão preta, tendo o símbolo do Botafogo é difícil ficarem feias. A tradicional - listrada - achei muito bonita! Vale comprar!


Botafogo ontem, hoje e sempre! - 'D.V.'

24/05/2013

Haja coração!

Jogo do Botafogo é assim: resultado que engana quem não viu, e mata do coração quem vê. E contra o CRB foi mais um exemplo clássico. Quem só viu os melhores momentos e a matéria do Globo Esporte pode ter pensado: "classificação, goleada, gol de reservas e até do Rafael Marques". Tudo tranquilíssimo, não é? Não!

O jogo foi nervoso e perigoso em vários momentos. Foi bom ter feito um gol no primeiro tempo, nos deu certa tranquilidade pra continuar a partida. Mesmo assim, Jefferson teve trabalho em alguns lances e o time perdeu muitas chances de matar o jogo. Essa dificuldade que tivemos pra fazer o segundo gol acabou não sendo prejudicial, mas pode vir a ser em partidas contra times melhores. Eu insisto em dizer, e disso todo torcedor sabe, que nós precisamos de um atacante cascudo pra sonhar mais alto nas competições nacionais.

Não que o time seja ruim, pelo contrário, o time é forte demais. Mas ficou evidente ontem que falta quem faça o gol na hora certa. Nesse jogo deu tudo certo, mas nós vamos enfrentar times muito mais fortes que o CRB na temporada. A próxima fase da copa é contra o Figueirense - e a parada já é um pouco mais dura. Mesmo assim, esse time me passa grande confiança.

Principalmente devido à presença de um jogador em especial: Seedorf, que driblou, deu assistência e se cansou no final de tanto que se divertiu em campo. Simplesmente um dos maiores craques que eu já vi jogar. No final das contas, ganhou quem viu, sofreu e vibrou com mais esse passo dado na caminhada da Copa do Brasil. Que venha o Corinthians no sábado! Pra cima deles Fogão!

Botafogo ontem, hoje e sempre! - 'M.P.'


17/05/2013

Matador de urubu


"Em um asilo em Barbacena, num campinho de terra Heleno corria, gordo e sem dentes, imaginando-se num jogo imaginário, onde ele com a camisa do Botafogo fazia o gol do campeonato. Saía comemorando como um criança. Para ele era realidade. (…) Poucos dias antes de morrer Heleno tira do bolso um amassado pedaço de jornal, onde dizia que o Botafogo precisava do Heleno. Louco, doente e quase moribundo ele dizia: Eu preciso salvar o Botafogo."

Esse ano o clássico Botafogo e flamengo completa 100 anos de existência. A ideia do Botafogo de Corpo e Alma é propagar ideias botafoguenses e botafoguistas, sem dar importância direta aos rivais. Mas temos em mente que sem os rivais o Botafogo não seria tão Botafogo quanto é. Os rivais ajudam a definir o que e quem é o Botafogo. Vendo curiosidades sobre o clássico, descobri algo que não sabia: Heleno é o maior artilheiro do duelo. Vinte e dois gols no total. Um verdadeiro matador de urubu. Esse é um dos motivos pelos quais, até hoje, Heleno faz parte da alma botafoguense.

Mário Filho, jornalista flamenguista, relatou um gol épico marcado por Heleno em uma das partidas entre os dois times:

"Heleno estava na linha da chamada grande área, de costas para o gol. Parou com a bola no peito, virou-se com ela ainda no peito, e viu a área cheia de flamengos, o gol lá no fundo. Se deixasse a bola cair no chão, teria de travar combate com vários adversários, que já o cercavam, esperando justamente que ele fizesse o que qualquer um faria. Heleno de Freitas, então, curvou-se um pouco para trás, empinando o peito, deixando a bola onde estava e avançou assim, com ela no peito. Ninguém podia fazer nada contra ele. Se lhe quisessem tirar a bola, pará-lo, travá-lo, era pênalti. Perto do gol, Heleno de Freitas deixou cair a bola e fuzilou o quíper do Flamengo."

Eu, que nasci bem depois da época de Heleno, já fico satisfeito em ter visto outros gols, menos técnicos, porém não menos épicos, que marcaram a história desse duelo para mim. O gol de Maurício em 89, Renato em 97, Loco Abreu em 2010, Alex Alves em 2004, e alguns outros, como os do 3 a 1 do título brasileiro em 95 - todos históricos. Esses são  clássicos entre Botafogo e flamengo que foram (positivamente) marcantes para mim. E para vocês, qual o gol mais importante de Botafogo e flamengo?

Botafogo ontem, hoje e sempre! - 'D.V.'

14/05/2013

Os escolhidos


"Hoje, mais de meio século depois, eu me pergunto, por mera curiosidade, por que será que não escolhi torcer pelo Flamengo? Afinal, o Flamengo já era o time mais querido do Rio. (...) Em nome de que idéia? (...) Afinidades eletivas, meus amigos. Coisas do coração. Mistérios da alma." - Armando Nogueira, jornalista.


Há certas coisas na vida que parecem acontecer e que já vem definidas para você devido a um capricho divino. É claro que a localização geográfica influencia em muito. Digo isto porque - dificilmente - um menino sueco vai resolver torcer pelo Botafogo. Friso o dificilmente. A introdução (meio confusa) desse texto vai ser explicada pela história que vou contar.


As vezes somos escolhidos independente de nossa vontade ou consciência sobre o assunto. No futebol, os botafoguenses muitas vezes são fruto de um acaso divino. Na minha cabeça, só se pode tornar botafoguense por histórico familiar ou por uma imposição superior. Quando digo imposição superior, estou me referindo a uma definição divina mesmo. Pois, o que levaria alguém sem o histórico de botafoguenses em sua família a torcer pelo Botafogo? Por exemplo, o que levaria um menino de 5 anos a torcer pelo Botafogo quando estávamos passando por derrotas consecutivas em finais para nosso maior rival? Acontece.

O ano era 2009 e eu seguia de ônibus para o trabalho. Era uma viagem curta, cerca de 10 minutos. Entrei devidamente uniformizado com minha camisa do Botafogo - havíamos vencido algum time pequeno no dia anterior. No ônibus, quase vazio, um menino de 5 anos - acompanhado de sua mãe - olha pra mim e sorri. Ali deu pra sentir que era botafoguense. O diálogo que se seguiu, pelo que me lembro, foi mais ou menos assim:

Sorrindo, a mãe dele se vira para mim e diz:

- Esse aqui é botafoguense!
- Escolheu bem. - respondi.
- Pois é, - continuou ela - o pai e o tio são flamenguistas. Não sei da onde ele tirou essa ideia de ser botafoguense.

Fiquei sem resposta. Acabávamos de ser bi-vice para nosso rival, não era um bom momento, sem ídolos, sem muita perspectiva, mas o menino de 5 anos parecia ter sido escolhido.


- O pai já tentou dar camisa do Flamengo, já incentivou ele a ir a jogos e nada. Ele cismou com o Botafogo! - falou a mãe.

Fiz aquela brincadeira tradicional, dizendo que o menino tem bom gosto desde criança, que sabe o que é bom, etc, mas fiquei com essa história na cabeça.

Hoje, 4 anos depois, o menino deve ter cerca de 9 anos. Não sei se ainda é botafoguense. Nunca mais o vi - pelo menos não reconheceria. Acredito que continue sendo, pois uma decisão dessa é difícil de ser desfeita. O Botafogo é um clube especial, de história, ídolos, cismas, paixões e manias únicas, muito além do comum de outros clubes.

Realmente há coisas que só acontecem com o Botafogo. E ter torcedores verdadeiramente apaixonados pelo clube é uma delas.

Botafogo ontem, hoje e sempre! - 'D.V.'

10/05/2013

Sobre o Botafogo

"O botafoguense é um pessimista que acredita no milagre. E acredita porque o milagre define suas alegrias. O ídolo é como uma estátua automática, porque ganhar pelo Botafogo não é invadir Iraques -- é fazer cair bastilhas. A estrela é solitária, não admite comparação. Há coisas que só acontecem ao Botafogo sim, porque o Botafogo desafia a lógica mundana -- perde de forma profunda e vence... Eternamente." - Gustavo Poli, jornalista do GE.com