08/06/2013

Duas noites

Foi necessário esperar duas noites para escrever sobre o jogo entre Botafogo e Bahia. Era importante repensar o jogo, reavaliar o resultado e imaginar que tudo não era nada mais que um sonho ruim - infelizmente não. O resultado só não é pior do que a notícia que se sucedeu dois dias depois: Engenhão fechado por 18 meses. A semana foi difícil.

Não é necessário comentar que o nível do gramado prejudicou diretamente o nível do futebol - principalmente do time do Botafogo, já que o Bahia em 2013 não apresentou nada que se assemelhe com este esporte. Menos ainda comentar que jogadores que dificilmente erram acabaram errando e que existem jogadores que não tem (no momento) capacidade técnica de vestir a camisa mais gloriosa do Brasil. Perdemos por sorte deles, azar nosso. Questão de ponto de vista. É preciso calma! Em todos os sentidos.

Se nosso Engenhão demorará 18 meses para ser reaberto, mesmo que devido ao que parece ser uma manobra política, a torcida precisa protestar contra essa atitude e apoiar ainda mais o time. E a diretoria deve exibir uma solução viável e cômoda para o time e torcida. Se a equipe vem demonstrando um viés de queda, é preciso que a torcida - pelo menos na última rodada antes da pausa, longe de casa - apoie quem vestir nossa camisa. Lodeiro, Dória e Jefferson fazem falta? Sim! Muita! Qualquer time do Brasil sofreria com a ausência de jogadores desse nível, mas não é o momento de fazer a caveira de quem os substitui.

Independente do resultado do jogo contra a Ponte Preta, a partida chave será contra o Fluminense no recomeço do campeonato. É muito importante se despedir com mais 3 pontos e um pouco mais de tranquilidade. O clássico vovô, porém, com os times completos, deve mostrar que caminho seguirá o Botafogo nesse campeonato. Será o início de uma reta até o objetivo primário, que é a vaga na Libertadores, e a conquista maior, que é o título, do Brasileirão ou da Copa do Brasil. Como o time voltará, após a Copa das Confederações, para essa disputa? Ninguém sabe ao certo. Apenas esperamos pelo melhor!

Time que o Botafogo de Corpo e Alma gostaria de ver em campo para o próximo jogo: Renan, Lucas, Bolívar, André Bahia e Júlio César; Marcelo Mattos, Gabriel, Fellype Gabriel, Rafael Marques e Seedorf; Bruno Mendes.

Botafogo ontem, hoje e sempre! - 'D.V.

03/06/2013

Caiu no Raulino...


O Engenhão é a nossa casa, e faz falta, muita falta pro Botafogo. Principalmente na questão financeira. É uma vergonha o que está sendo feito pelo nosso governo quanto ao caso, e a nossa torcida não pode ficar calada. Não me levem a mal, mas a verdade é que o modesto Raulino de oliveira tem sido uma bela casa para o Glorioso. Foram nove jogos e cem por cento de aproveitamento.

Lodeiro, o cara do jogo
E ontem, contra um adversário dificílimo, conseguimos sair mais uma vez com a vitória. Foi suado, foi agonizante, mas se tratando do Botafogo é quase sempre assim. Arrisco-me a dizer que foi uma das piores atuações do time no ano. Ficamos completamente perdidos em certas partes do jogo. Fellype Gabriel fez uma falta absurda ao meio campo, que contava ainda com um Seedorf pouco inspirado e um Vitinho muito afobado. Foi a receita do fracasso no primeiro tempo, onde apenas a falha cruzeirense nos primeiros minutos e a sorte de Lodeiro - ao pegar um rebote - nos livraram da derrota.

Foi justamente sorte o que faltou ao Renan na hora do gol de empate do Cruzeiro. Um gol esquisito, que foi consequência de uma zaga estática e passiva, sentindo muita falta do Dória, e que apenas assistiu ao Cruzeiro jogar na primeira etapa. Para o segundo tempo, se enganou quem achava que ia ver um time com uma postura diferente. Oswaldo apostou no cansaço do time mineiro e não fez nenhuma substituição. Acabou dando certo. E foi em outra falha cruzeirense que nasceu o gol da vitoria alvinegra. Nilton foi extremamente imprudente e cometeu pênalti em Lucas. Lodeiro bateu com segurança e botou 2 a1 no placar.

A partir daí o Botafogo se encheu de confiança e aproveitou o fator casa. Tomou o controle do jogo, ainda que com sustos, e segurou o resultado até o apito final. O time do Botafogo vai se mostrando cada vez mais condicionado a partidas difíceis. Vai se desenhando um campeonato em que brigaremos no topo da tabela. Veremos o que o futuro nos guarda. De qualquer jeito, a torcida tem que comparecer e apoiar esse time que vem dando o máximo de si em cada jogo, mesmo diante da crise financeira que enfrentamos. Vamos fazer do Raulino nosso caldeirão enquanto brigamos pela devolução do Engenhão.

Botafogo ontem,hoje e sempre! - 'M.P.'

É clichê, mas é verdade: valeu pelos 3 pontos

01/06/2013

Não há paixão em General Severiano

Se perguntássemos aos botafoguenses se eles ficariam satisfeitos em conquistar 4 pontos nas duas rodadas iniciais do Brasileirão 2013, enfrentado os dois finalistas do campeonato paulista logo de cara, praticamente todos diriam que sim. Ainda mais sendo os finalistas Corinthians e Santos, os dois últimos campeões da Libertadores e dois dos times mais fortes do país nos últimos anos.

Tendo assistido os dois jogos, digo que os 4 pontos ficaram de ótimo tamanho, mesmo sabendo que poderíamos ter conquistado os 6. Foram partidas duras para um começo de campeonato e o time, mais uma vez, demonstrou personalidade para controlar quase que totalmente as duas. Demonstrou também cansaço, ou descaso na marcação, nas duas etapas complementares. O que ficou mais evidente foi que o Corinthians não é aquele bicho papão que venceu o Chelsea, e o Santos não é horrível sem Neymar. O 1 x 1 contra o Corinthians e o 2 x 1 no Santos poderiam ser facilmente invertidos, já que controlamos melhor o primeiro jogo em pleno Pacaembu - com Seedorf em campo -, do que o segundo em Volta Redonda - sem Seedorf em campo.

Nelson Rodrigues diz que "o Botafogo é, com efeito, o clube mais passional do futebol brasileiro". Mas hoje, com Oswaldo de Oliveira, o time é mais cerebral e racional. De repente, por isso, a maioria dos botafoguenses tenha dificuldade de aceita-lo como um bom treinador para o time. Parece faltar-lhe vibração à beira do campo. Falta de paixão é algo que o botafoguense dificilmente admite. Esse toque cerebral que Oswaldo deu ao Botafogo, aliado à técnica primorosa de Seedorf, à disposição de Fellype Gabriel e à habilidade de Lodeiro, misturadas aos outros valores do grupo, tem dado ao Glorioso a calma necessária para decidir os jogos.

Por muitas vezes o time parece cozinhar o jogo, demonstrando pouca vontade. Por alguns momentos não parece ser aquele Botafogo 'pura emoção' que estamos acostumados a ver. Confesso que, durante alguns momentos em que assistia os dois jogos, cheguei a me pegar pensando e fazendo outras coisas, já que tudo parecia resolvido. Se tratando de Botafogo, sabemos que são poucos esses momentos - e que a história não é bem assim.

Devido a essa calma, 'falta de paixão' e  pragmatismo impostos por Oswaldo, é provável que o Botafogo, mais do que nunca, brigue na parte de cima da tabela do Brasileirão 2013. Sem desespero, sabendo exatamente onde quer chegar - e, mais importante, como chegar. Essa reta inicial, em que enfrentaremos ainda o Cruzeiro e mais dois jogos fora (Bahia e Ponte Preta), vai dizer muito do que o time vai fazer no campeonato. É importante que a diretoria se esforce e consiga manter os jogadores para o segundo semestre, pois mesmo sem reforços é a única maneira de almejarmos os objetivos que temos: título da Copa do Brasil e vaga na Libertadores.

Botafogo ontem, hoje e sempre! - 'D.V.'